Diagnóstico de Cólica Renal

Se você leu o item “o que se sente quando ocorre uma cólica renal” e se identificou com as queixas e sinais descritos, pode suspeitar fortemente de . A percussão renal é feita batendo-se com o punho fechado sobre as costas do paciente onde se localiza o rim.

Cólica Renal
Cólica Renal

Um exame físico completo é interessante a fim de se descartar outras patologias.

O exame qualitativo de urina (comum de ) geralmente apresenta sangramento microscópico (hematúria microscópica), principalmente se houver pedra.

Exames de imagem são freqüentemente solicitados. Dentre eles, os mais comuns são as radiografias simples de abdômen , a urografia venosa (radiografia dos com a utilização de contrastes venosos) e a ecografia abdominal total. Em casos de mais difícil diagnóstico, a tomografia computadorizada (85% de sensibilidade), a ressonância nuclear magnética pode ser solicitada.

Geralmente o diagnóstico é obtido sem maiores dificuldades. Entretanto, algumas situações podem confundir o dignóstico principalmente quando há náuseas e vômitos: apendicite, constipação, colecistite, diverticulite, gastrites agudas, pancreatite, aneurisma e dissecção da aorta, tumores, etc.

Informação técnica (para profissionais da área de saúde):

O quadro clínico é de lombar em cólica, muito intensa, com irradiação ântero-inferior que pode atingir o hipogástrio ou os genitais. Estas características, podem variar de acordo com a posição da obstrução, sendo mais comuns naquelas do terço proximal do . Quando a interrupção ao fluxo urinário ocorre no terço distal, a cólica pode iniciar-se na fossa ilíaca ipsilateral e irradiar-se no sentido ântero-inferior e/ou póstero-superior, e provocar irritativos vesicais como disúria, polaciúria e sensação de resíduo pós-miccional.

Uma característica marcante da cólica renal (ureteral) é a grande intensidade da dor e a falta de fatores de melhora ou piora. Apesar de intermitente, os ciclos de dor não respeitam um padrão de aparecimento, sendo geralmente inesperados, deixando os pacientes agitados e irritados. Náuseas e vômitos estão freqüentemente associados aos episódios mais intensos de cólica nefrética, independentemente do ponto de obstrução, em conseqüência aos reflexos viscero-viscerais renointestinais. Num grande número de pacientes também podem ser observados sintomas de descarga adrenérgica como palidez cutânea, sudorese e taquicardia.

O exame físico revela dor abdominal difusa com pontos de maior intensidade, de acordo com a posição do cálculo. Obstruções ao nível do ureter proximal provocam maior sensibilidade à palpação do hipocôndrio ipsilateral, enquanto obstruções do ureter terminal tornam as fossas ilíacas as regiões mais dolorosas. A punho-percussão lombar da loja renal é geralmente muito dolorosa e deve ser realizada delicadamente, com intensidade progressiva. Este achado não identifica o ponto de obstrução porque é secundário à dilatação da cápsula renal que ocorre independentemente da região ureteral acometida.

Os exames subsidiários não são indispensáveis para determinar um diagnóstico de cólica renal em pacientes com quadro clínico exuberante. Podem ser mais úteis no planejamento terapêutico. Na análise do sedimento urinário geralmente se identifica grande quantidade de eritrócitos, principalmente quando o agente causador da obstrução ureteral for um cálculo ou um coágulo. Habitualmente, não há leucocitúria significativa e a não apresenta crescimento de microorganismos. A radiografia simples de abdome pode ser útil na identificação de imagens radiopacas no trajeto das vias urinárias que possam corresponder a cálculos urinários obstrutivo, porém sua sensibilidade, num atendimento de urgência, é de apenas 50%.

A ultrassonografia abdominal pode identificar dilatação do sistema pielocalicial e/ou do ureter , visibilizar o cálculo (caso esteja no ureter proximal ou terminal), além de avaliar outras estruturas para o diagnóstico diferencial, como trompas, ovários, vesícula biliar e apêndice cecal.

Em alguns casos, pode permanecer dúvida diagnóstica mesmo com a associação destes métodos de imagem. A Urografia Excretora pode contribuir tanto para a confirmação de obstrução ureteral quanto para a determinação da sua localização. Um dos principais sinais urográficos de obstrução ureteral é o retardo para excreção do meio de contraste do lado acometido em relação ao contralateral. O local da obstrução pode ser identificado como uma falha de enchimento da luz ureteral, geralmente com dilatação da via excretora à montante, ou como um ponto de interrupção à progressão do meio de contraste. A Urografia Excretora, porém, não é adequada para o diagnóstico de obstrução ureteral quando realizada no momento da cólica nefrética. A queda pronunciada da taxa de filtração glomerular e elevação das pressões intraluminares, reduzem a eliminação do meio de contraste no lado acometido, caracterizando o diagnóstico de exclusão renal, sem realmente avaliar as condições da via excretora, o grau de obstrução ou sua localização.

A Tomografia Computadorizada Helicoidal de Abdome surgiu como método mais sensível que a Urografia Excretora na detecção de cálculos ureterais obstrutivos ou não. Quando realizada sem contraste endovenoso, é capaz de identificar pequenos cálculos ureterais, mesmo durante os períodos de cólica renal mais intensos. Esse método de imagem, deve ser sempre utilizado quando há dúvida diagnóstica.

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